A sociedade
colonial brasileira era um reflexo da própria estrutura econômica, acompanhando
suas tendências e mudanças. Suas características básicas, entretanto,
definiram-se logo no início da colonização segundo padrões e valores do
colonizador português. Assim, a sociedade do Nordeste açucareiro do século
XVI, essencialmente ruralizada, patriarcal, elitista, escravista e marcada
pela imobilidade
social, é a matriz sobre a qual se assentarão as modificações
dos séculos seguintes.
No século XVIII,
a sociedade brasileira conheceu transformações expressivas. O crescimento
populacional, a intensificação da vida urbana e o desenvolvimento de outras
atividades econômicas para atender a essa nova realidade, resultaram
indubitavelmente da mineração. Embora ainda conservasse o seu caráter
elitista, a sociedade do século XVIII era mais aberta, mais heterogênea e
marcada por uma relativa mobilidade social, portanto mais avançada em relação à
sociedade rural e escravista dos séculos XVI e XVII.
A nova elite
urbana desse século passou a se preocupar com a educação dos seus filhos,
enviando-os à Europa e possibilitando o surgimento dos intelectuais e dos
homens públicos que ajudarão a mudar os destinos da colônia, no século
seguinte.
A sociedade no
período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da
sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho.
Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e
funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem
africana.
Era uma
sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social.
As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam
apenas cuidar do lar e dos filhos.
A casa-grande
era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da
família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria
e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).
Não havia grande imobilidade social (senhores e escravos), onde o
escravo, em 99% do casos, nascia escravo e morria escravo; as pessoas viviam no
campo, ao redor dos engenhos. Predominou na região Nordeste.
Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/sociedade-colonial-brasileira.
> Acesso em: 18 mai. 2015.
https://www.youtube.com/watch?v=6eQ4e3I9avE
O início
da efetiva ocupação territorial da colônia, a partir de 1530, fez com que
Portugal estabelecesse sua primeira empresa colonial em terras brasileiras. Em
conformidade com sua ação exploratória, Portugal viu na produção do açúcar uma
grande possibilidade de ganho comercial. A ausência de metais preciosos e o
anterior desenvolvimento de técnicas de plantio nas Ilhas do Atlântico
ofereciam condições propícias para a adoção dessa atividade.
Mesmo
possuindo tantas vantagens, o governo português ainda contou com o auxílio da
burguesia holandesa. Enquanto Portugal explorava economicamente as terras com a
criação das plantações e engenhos, os holandeses emprestavam dinheiro e
realizavam a distribuição do açúcar no mercado europeu. Tal acordo foi de
grande importância para a Coroa Portuguesa, tendo em vista que a mesma não
contava com recursos suficientes para investir na atividade.
Para extrair lucro máximo na atividade açucareira, Portugal favoreceu a criação de plantations destinadas ao cultivo de açúcar. Essas plantations consistiam em grandes expansões de terras (latifúndios) controladas por um único proprietário (senhor de engenho). Esse modelo de economia agrícola, orientado pelo interesse metropolitano, acabou impedindo a ascensão de outras atividades para fora dos interesses da economia portuguesa.
Além de restringir a economia, a exploração do açúcar impediu a formação de outras classes sociais intermediárias que não se vinculassem à produção agrícola e ao senhor de engenho. Na base desta pirâmide social estariam os escravos africanos trazidos das possessões coloniais portuguesas na África. Além de oferecerem mão de obra a um baixíssimo custo, o tráfico de escravos africanos constituía outra rentável atividade mercantil à Coroa Portuguesa.
O engenho, centro da produção de açúcar, baseava-se em um modo de organização específica. A sede administrativa do engenho fixava-se na casa-grande, local onde o senhor de engenho, sua família e demais agregados moravam. A senzala era local destinado ao precário abrigo da mão de obra escrava. As terras eram em grande parte utilizadas na formação de plantations, tendo uma pequena parte destinada a uma restrita policultura de subsistência e à extração de madeiras.
Separada do espaço do cultivo da cana, existiam outras instalações que davam conta do processamento da cana-de-açúcar colhida. Na moenda, na casa das caldeiras e na casa de purgar ocorria o beneficiamento de toda a produção recolhida. Esse era um processo inicial para o transporte do açúcar que, ao chegar à Europa, ainda sofreria outros processos de refinamento.
Dessa forma, notamos que a fazenda açucareira representava bem mais que um mero sistema de exploração das terras coloniais. Nesse mesmo espaço rural percebemos a instituição de toda uma sociedade formada por hábitos e costumes próprios. O engenho propiciou um sistema de relações sociais específico, conforme podemos atestar na obra clássica “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre. Na qualidade de um espaço dotado de relações específicas, o engenho e o açúcar trouxeram consigo muitos aspectos culturais da sociedade brasileira.
Para extrair lucro máximo na atividade açucareira, Portugal favoreceu a criação de plantations destinadas ao cultivo de açúcar. Essas plantations consistiam em grandes expansões de terras (latifúndios) controladas por um único proprietário (senhor de engenho). Esse modelo de economia agrícola, orientado pelo interesse metropolitano, acabou impedindo a ascensão de outras atividades para fora dos interesses da economia portuguesa.
Além de restringir a economia, a exploração do açúcar impediu a formação de outras classes sociais intermediárias que não se vinculassem à produção agrícola e ao senhor de engenho. Na base desta pirâmide social estariam os escravos africanos trazidos das possessões coloniais portuguesas na África. Além de oferecerem mão de obra a um baixíssimo custo, o tráfico de escravos africanos constituía outra rentável atividade mercantil à Coroa Portuguesa.
O engenho, centro da produção de açúcar, baseava-se em um modo de organização específica. A sede administrativa do engenho fixava-se na casa-grande, local onde o senhor de engenho, sua família e demais agregados moravam. A senzala era local destinado ao precário abrigo da mão de obra escrava. As terras eram em grande parte utilizadas na formação de plantations, tendo uma pequena parte destinada a uma restrita policultura de subsistência e à extração de madeiras.
Separada do espaço do cultivo da cana, existiam outras instalações que davam conta do processamento da cana-de-açúcar colhida. Na moenda, na casa das caldeiras e na casa de purgar ocorria o beneficiamento de toda a produção recolhida. Esse era um processo inicial para o transporte do açúcar que, ao chegar à Europa, ainda sofreria outros processos de refinamento.
Dessa forma, notamos que a fazenda açucareira representava bem mais que um mero sistema de exploração das terras coloniais. Nesse mesmo espaço rural percebemos a instituição de toda uma sociedade formada por hábitos e costumes próprios. O engenho propiciou um sistema de relações sociais específico, conforme podemos atestar na obra clássica “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre. Na qualidade de um espaço dotado de relações específicas, o engenho e o açúcar trouxeram consigo muitos aspectos culturais da sociedade brasileira.
https://www.youtube.com/watch?v=WLccQRrQYIs
Resistência dos escravos
As
rebeliões e conflitos com escravos atravessam todo o período colonial e se
estendem até a abolição da escravatura, em 1888. São comuns os casos de
suicídio, de fugas, de abortos provocados pelas escravas e os assassinatos de
senhores, feitores e capitães-do-mato. Revoltas e fugas coletivas nos engenhos
são frequentes, principalmente no século XVIII, quando há vários levantes
urbanos. Na resistência à opressão branca, os escravos negros também se organizam
coletivamente e formam quilombos. Há registros desses núcleos autônomos de
negros fugidos ao cativeiro em todas as áreas do Brasil onde a escravidão se
fez presente. O mais conhecido é o Quilombo de Palmares.
A dura rotina de trabalho era geralmente
marcada por longas jornadas e a realização de tarefas que exigiam um grande
esforço físico. Dessa forma, principalmente nas grandes propriedades,
observava-se que o tempo de vida de um escravo não ultrapassava o prazo de uma
década.
Quando
não se submetiam às tarefas impostas, os escravos eram severamente punidos pelos
feitores, que organizavam o trabalho e evitavam a realização de fugas. Quando
pegos infringindo alguma norma, os escravos eram amarrados no tronco e
açoitados com um chicote que abria feridas na pele. Em casos mais severos, as
punições poderiam incluir a mutilação, a castração ou a amputação de alguma
parte do corpo. De fato, a vida dos escravos negros no espaço colonial era
cercada pelo signo do abuso e do sofrimento.
Entretanto, não podemos deixar de salientar que a população negra também gerava formas de resistência que iam contra o sistema escravista. Não raro, alguns escravos organizavam episódios de sabotagem que prejudicavam a produção de alguma fazenda. Em outros casos, tomados pelo chamado “banzo”, os escravos adentravam um profundo estado de inapetência que poderia levá-los à morte.
Entretanto, não podemos deixar de salientar que a população negra também gerava formas de resistência que iam contra o sistema escravista. Não raro, alguns escravos organizavam episódios de sabotagem que prejudicavam a produção de alguma fazenda. Em outros casos, tomados pelo chamado “banzo”, os escravos adentravam um profundo estado de inapetência que poderia levá-los à morte.
A resistência dos africanos que vieram compulsoriamente ao Brasil revestiu-se de várias formas, das quais se destacam as fugas de escravos.
Desenho de Jacques Etienne Arago (1790-1854) retratando uma punição a um escravo, um dos principais motivos de fuga.
As
fugas de rompimento eram as que
questionavam na prática a escravidão, pois o escravo lutava para alcançar sua
liberdade do jugo de seu senhor. Na fuga de rompimento, o escravo superava a
fiscalização e o controle exercido por feitores e outros funcionários das
fazendas, embrenhando-se pelas matas e também pelas cidades para construir uma
nova vida. A formação de quilombos foi a principal característica da fuga de
rompimento.
Muito bom!!!! Gostei!!! Esse documentário é ótimo, me ajudou bastante
ResponderExcluirQue bom!!! Continue estudando!!!!
ExcluirParabéns pelo blog,excelente documentário, mim ajudou bastante em uma pesquisa que eu precisava sobre o assunto
ResponderExcluirQue bom!!!! Fico feliz em ter ajudado.
ExcluirEssa ultima imagem é a imagem da Princesa Anastácia, mulher e conhecida por seus milagres. Favor fazer uma pesquisa melhor sobre um tema tão importante.
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